sábado, 25 de julho de 2009

Essa história dava um filme.

Ela levantou correndo, desligou o telefone e deu conta que seu novo corte de cabelo não tinha sido em vão; "Estou voltando!" foi assim que ela acordou naquele sábado chuvoso. Colocou sua melhor roupa, passou aquele seu perfume para ocasiões especiais e saiu correndo, pegou o primeiro ônibus que viu pela frente.
Na rodoviária, não cabia dentro de si, sua ansiedade transbordava e se deixava transparecer em seus olhos que brilhavam. Sentou, mas suas pernas inquietas a fizeram levantar novamente até que o ônibus esperado chegasse. Marcelo foi o último a descer, e ela não teve reação nenhuma, apenas observou.
Ao reconhecê-la ele correu e abraçou-a, sem falar nada, o silêncio naquele momento era o que melhor representava o sentimento dos dois: saudade. Ficaram um bom tempo ali, observando detalhes, ele estava mais "corado", mais gordinho e a barba por fazer, ela já não tinha o cabelo loiro como antes e mostrava uma tatuagem nova na perna. Tempo esse que os fez perder o ônibus de volta para casa.
Algumas palavras foram ditas, saudade era repetida, a alegria nos olhos dela não era a mesma do olho dele, que desviava o olhar, parecia ter um sentimento de culpa, algo pesava, mas do mesmo modo, demonstrava muito carinho, muito apreço por ela. Eles estavam em um mundo só seu, não percebiam o movimento, as pessoas ao seu redor, apenas queriam saber de matar a saudade.
Entraram no ônibus que os levaria pra casa, depois de 7 anos ele voltava apenas com uma mala, cheia sabe-se lá do que, mas era apenas uma mala. Perguntou de sua sogra, do verdureiro e de quem ainda morava na rua, estava com medo que não o reconhecessem. Maria pediu que não se preocupasse e que o mais difícil e inesperado ele tinha feito, voltado. A chuva forte batendo na janela somado ao barulho do ônibus dificultava a conversa, o silêncio mais uma vez tomou conta; Os dois se olhavam como se não acreditando. Estavam indo pra casa, a história da vida dos dois, tinha uma página virada e um novo capítulo começara ali, sem que nenhum deles percebesse.

- Foi tudo que eu imaginei, prestando atenção em 15 minutos de conversa de um casal sentado ao meu lado no ônibus de volta pra casa.

Um comentário:

  1. Depois de 7 anos ele voltou... e se era uma reação inesperada pra quem estava ao redor dele, imagina pra ela...
    O que importava mesmo para os dois era o mundo só deles...

    Adoreiii! Continuuue escrevendo!! =D

    beijos

    ResponderExcluir