sexta-feira, 31 de julho de 2009

É só o começo.

Depois de tão pouco tempo de vida e a gente acha que tem várias conclusões, sabe o que fazer, sabe como agir e na hora das reais decisões ainda há espaço para dúvidas, pergutas e questionamentos. A gente passa um longo tempo planejando o que fazer e como fazer sem saber se vai dar certo. Chega um momento decisivo e você percebe que tudo aquilo de nada serviu, a não ser por pura e simples experiência de viver.
Assim como para falar, deveria existir uma segunda chance para pensamentos, um intemédiario em que o pensamento se enquadre antes de virar um plano e acima de tudo muito antes dele poder ser colocado como sonho.
Não é uma questão de desistir de tudo, sou da opinião de que nenhum sonho deve ser deixado para trás, se um dia você confiou em dar espaço à ele em seus pensamentos, ele merece continuar ali, até que um dia seja realizado. Não há porque, nem para que. Nos faz bem nos basearmos em planos e sonhos, são o guia de qualquer existência, seja ela a mais simples ou a mais complexa.
Ou então a gente chega aquela velha idéia, que eu mesmo tinha a um tempo atrás. A vida não merece mais ser pensada, não merece mais ser calculada, nessa altura do campeonato, todas os fatores indicam que a vida para nada mais serve, a não ser para ser vivida.
Eis o paradoxo existêncial, viver ou pensar! sonhar ou agir!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Sinceridade

- Você gosta de mim?
- Que pergunta ...
- Você vai me amar pra sempre?
- Não, pra sempre é muita coisa.
- Mas e amanhã?
- Estarei amando.
- E quando eu me mudar?
- Mudo junto.
- E se eu engordar?
- Eu não ligo.
- E se eu ficar doente?
- Cuidarei como sempre fiz.
- Mesmo grávida, chata e estressada?
- Aí, mais do que nunca.
- E se eu envelhecer?
- Você vai envelhecer! Vamos envelhecer!
- Então, posso pedir uma coisa?
- Se eu puder atender!
- Me ame, enquanto eu precisar do seu amor!
- Estou amando!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A long time ago...

O céu está cinza, e eu já o vejo mais colorido. A chuva é gelada, mas eu já não sinto mais frio. O Tempo é longo, mas eu já não tenho pressa. A felicidade é muita e eu tenho menos pressa ainda.
Se eu pudesse pedir pra ter começado ou ter sido sempre assim, eu não pediria, porque o que eu mais tenho gostado é a convivência, a mudança, a tão breve eterna felicidade aparente, que de um modo ou outro, sempre existiu. Só não era tão descarada, tão brilhante, tão cheia de ânimo, tão sem vergonha, no sentido mais puro da expressão.
Uma das vezes que eu parei pra pensar hoje, eu não cheguei à conclusão alguma, mas foi nela que eu realmente percebi tudo que tem acontecido e tudo o que realmente pode acontecer, só de você pensar diferente, agir do mesmo jeito, em momentos diferentes, com as mesmas pessoas, com intenções diferentes, com os mesmo sentimentos, ou ainda, sentimentos diferentes.
Bom é isso, às vezes a melhor coisa é escrever. Possívelmente poucos, realmente entederão a essência de tudo que eu disse (ou tentei), mas se ao menos alguém, compreender e isso fizer pensar, eu já estou, um pouco mais feliz.

24-10-07

sábado, 25 de julho de 2009

Essa história dava um filme.

Ela levantou correndo, desligou o telefone e deu conta que seu novo corte de cabelo não tinha sido em vão; "Estou voltando!" foi assim que ela acordou naquele sábado chuvoso. Colocou sua melhor roupa, passou aquele seu perfume para ocasiões especiais e saiu correndo, pegou o primeiro ônibus que viu pela frente.
Na rodoviária, não cabia dentro de si, sua ansiedade transbordava e se deixava transparecer em seus olhos que brilhavam. Sentou, mas suas pernas inquietas a fizeram levantar novamente até que o ônibus esperado chegasse. Marcelo foi o último a descer, e ela não teve reação nenhuma, apenas observou.
Ao reconhecê-la ele correu e abraçou-a, sem falar nada, o silêncio naquele momento era o que melhor representava o sentimento dos dois: saudade. Ficaram um bom tempo ali, observando detalhes, ele estava mais "corado", mais gordinho e a barba por fazer, ela já não tinha o cabelo loiro como antes e mostrava uma tatuagem nova na perna. Tempo esse que os fez perder o ônibus de volta para casa.
Algumas palavras foram ditas, saudade era repetida, a alegria nos olhos dela não era a mesma do olho dele, que desviava o olhar, parecia ter um sentimento de culpa, algo pesava, mas do mesmo modo, demonstrava muito carinho, muito apreço por ela. Eles estavam em um mundo só seu, não percebiam o movimento, as pessoas ao seu redor, apenas queriam saber de matar a saudade.
Entraram no ônibus que os levaria pra casa, depois de 7 anos ele voltava apenas com uma mala, cheia sabe-se lá do que, mas era apenas uma mala. Perguntou de sua sogra, do verdureiro e de quem ainda morava na rua, estava com medo que não o reconhecessem. Maria pediu que não se preocupasse e que o mais difícil e inesperado ele tinha feito, voltado. A chuva forte batendo na janela somado ao barulho do ônibus dificultava a conversa, o silêncio mais uma vez tomou conta; Os dois se olhavam como se não acreditando. Estavam indo pra casa, a história da vida dos dois, tinha uma página virada e um novo capítulo começara ali, sem que nenhum deles percebesse.

- Foi tudo que eu imaginei, prestando atenção em 15 minutos de conversa de um casal sentado ao meu lado no ônibus de volta pra casa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Viver

Eu acho que o momento é tão inoportuno pra começar um blog, mas faz tempo que eu venho ensaiando, e se eu não começar, talvez ele nunca saia do papel. Inoportuno? Sim, Inoportuno. Acho que pra eu falar de alguma coisa eu precisaria estar em dia comigo, e isso está longe de acontecer.
Aparentemente mil maravilhas, isso que da ser assim... não demonstrar sentimentos, não deixar que te ajudem, ser sempre forte... uma hora explode, explode sem exeplodir. Você explode por dentro, se esgota, chega no seu limite e mesmo assim, continua na mesma.
Precisar sempre de um ombro amigo, saber que existem ombros, mas que talvez não lhe deem a devida importância assim como você os dá, exceto raras exceções. Acima de tudo, saber conviver com isso.
Acho que está aí a essencia da vida, não de qualquer vida, da minha vida: viver sem ser notado, querendo mais que qualquer coisa, ser notado.

ouvindo: Brand New Colony - The Postal Service