sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O novo velho eu.

Coisas que eu aprendi deixando uma vida teoricamente estável, um emprego, um relacionamento que aparentemente duraria e indo ser mais um estrangeiro vivendo longe de “casa”.

E tópicos são todos fundamentados em base puramente sentimental, alguns apenas como curiosidade, não merecem e nem terão profundas explicações. Quem me conhece saberá o que cada um deles representa e espero que desperte, no mínimo alguma reflexão, para outros talvez fique como uma reapresentação desse Allan, que está voltando.


- O mundo é pequeno demais. A Europa é um ovo.
- Helloween é irlandês e é coisa muito séria na Irlanda.
- Cerveja é mais séria ainda.
- Esqueci como é beber cerveja comendo um petisco, aqui Pub é Pub, restaurante é restaurante.
- Aprendi que cabe muito mais cerveja em mim, fisicamente falando. Cada Pint tem 568ml e só se bebe assim aqui.
- Falando nisso, tudo é Pub. Boteco é Pub, Bar é Pub, Balada é Pub. Thai Massage é Pub. Se preparem pra eu chamar tudo de Pub (haha)
- Irlandês é o Brasileiro da Europa. Gosta de festa, é simpático, conversa, grita e bebe pra caramba.
- Ao mesmo tempo que a Irlanda é a periferia da Europa pros outros países.
- Aprendi a ter birra de Inglês também e a ter um pé atrás com Poloneses.
- “Fique longe de Brasileiros” – Esqueça. Serão eles que realmente vão te ajudar se você precisar de verdade.
- Sou velho de fato e amo o fato de que “sair a noite” aqui começa as 19h (e não 23h30 igual no Brasil) e tudo fecha as 3h.
- Acho o incrível o fato de  95% dos lugares não pagarem pra entrar.
- Legal e ao mesmo tempo triste, viver em um lugar onde num sub emprego, trabalhando meio período você tem  a possibilidade de confortos e uma qualidade de vida que no Brasil você precisaria ralar muito mais pra ter.
- Nunca foi e não sou nenhum “Brasileiro com muito orgulho com muito amor” mas eu odeio ver alguém falando mal do Brasil só porque agora mora fora.
- Viajar de trem é a coisa mais legal do mundo, dormir nele mais ainda.
- Dirigir na mão Inglesa é divertidíssimo haha
- Eu amo fotografia mais do que eu achava que amava


- Passar roupa é das coisas mais chatas do mundo e se torna totalmente desnecessária no frio. Apesar de que, aqui ninguém liga muito para passar roupa, aprendi a sair feito uva passa e não dar a mínima.
- Televisão é totalmente desnecessária.
- Ficar sem almoçar pra economizar passa a ser aceitável.
- Deixar de jantar por preguiça também.
- Cortar cabelo by yourself é ótimo para economizar. Não fazer a barba é excelente no Inverno.
- Aprendi e não tomar água de noite no inverno, pra não ter que levantar na madrugada.
- Batata em tudo, de tudo que é jeito. Você acostuma.
- Eu sei cozinhar melhor do que eu achava que podia e gosto disso.
- Feijão com molho de tomate é ruim pra caralho só a primeira vez que você come.
- Pão de queijo é iguaria e faz falta.
- Sal irlandês não salga, o açúcar não adoça, o fogão elétrico é temperamental e não ouse cozinhar com o exaustor desligado.
- Ninguém precisa matar ninguém pra se alimentar ^^
- Aprendi a conviver com o alarme de incêndio toda manhã ao fazer uma torrada.


- Frio é bom quando a gente está passando calor no Brasil.
- Dormir com três cobertores, moletom e meia térmica e acordar passando frio é possível.
- Pessoas vão a praia na Irlanda, elas são legais e a água é gelada pra caralho. Você anda uns 15min pra chegar da areia até onde a água bate na sua coxa haha.
- Em Dublin chove mais de 250 dias por ano, aprendi a conviver com ela. Só turistas usam guarda-chuva, é um meio de identifica-los.
- Aprendi a gostar de andar muito, a ponto de andar 50min pra chegar a algum lugar e achar normal.
- Ficar 3 ou 4 meses sem ver o sol se torna altamente perigoso. Falta de vitamina D é coisa séria.
- É bizarro ver o sol nascer as 9h e se por as 15h30 no Inverno e é mais complicado ainda ver ele se por as 23h30 no Verão e já nascer as 3h30.


- Falar tchau é ruim demais.
- Falar tchau sabendo que nunca mais vai ver na vida é muito ruim.
- Eu sou muito mais ansioso do que eu achava que era. E pessimista.
- Família e amigos são meus maiores tesouros.
- Eu não me apego a lugares, me apego a pessoas.
- Falar que tem saudade dói mais do que apensar ter saudade.
- Quem quer, se faz presente na sua vida.
- Enquanto alguns culpam a distância, outros veem nela um aprendizado. Enquanto uns usam como desculpa, outros como apoio.
- Distância e tempo servem de filtros de amizade.
- Pessoas na mesma situação se aproximam mais fácil.
- Existe pessoa desonesta, pilantra e babaca no mundo todo.
- As coisas na nossa cabeça tomam um tamanho exagerado algumas vezes.
- Música engana a saudade.
- “I'm a war, of head versus heart, and it's always this way”
- Ao mesmo tempo que voa, um ano é coisa pra caramba.

No fim das contas o crescimento é imensurável e talvez eu fosse feliz e não soubesse, mas agora eu sei muito mais coisas além disso e não me arrependo de nada.

ps1: essa divisão em partes não segue nenhuma lógica.
ps2: esse post provavelmente será atualizado algumas vezes ainda.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tentativa de filosofia de vida pt. 1

Se não quer, não faça. Se não gosta, diga. Se gosta, diga. Se tem medo, enfrente. Se não te desafia, esqueça. Deu frio na barriga, continua. Esfriou, esqueça. Se não for cumprir, não prometa. Se falou, assuma. Se quiser, queira por inteiro. E antes de tudo, não tenha certeza de nada. 

domingo, 25 de agosto de 2013

Reflexão e blá blá blá.

Se o Amarante me encontrasse em uma dessas noites, em que no meio dessa correria que anda minha vida, paro para tentar entender alguma coisas, ele certamente me perguntaria: "Como pode alguém sonhar o que é impossível saber?". E eu talvez pestanejasse, ensaiasse e saísse de lá sem alguma resposta consistente que valesse alguma reflexão. 
Eu, o ser mais sentimental que eu conheço (e entenda, isso não é nem de longe um elogio), começo a notar certa regularidade de acontecimentos em minha vida. Dizem que na história da humanidade, tudo tem um ciclo com algum ponto em comum, que se estudado podemos prever de certa forma o acontecimento a seguir. "Besteira" foi o que sempre pensei. Definitivamente não acredito nesse negócio de que vivemos em um trilho, de que o que é nosso está guardado, que não importa o que você faça. Isso é muleta para gente preguiçosa e conformada. 
Logo, minha vida é consequência de minhas escolhas e mesmo que ultimamente eu tenha tentado não fazer escolha nenhuma, venho notando que as coisas seguem sem a minha interferência também.
"Mas isso não é óbvio?" Sim, é. E talvez agora, mais do que nunca, tenho sentido tal necessidade. Deixar de tentar ter o controle sobre algumas coisas na minha vida. Não chega a ser triste, tem algo nessa escolha que me incomoda um tanto além do aceitável, mas por hora acho que é o que eu posso fazer. Isso não é nem de longe abrir mão das minhas vontades e anseios, é apenas um estudo e analise racional sobre minha própria vida, vendo onde ela me leva.
Minhas vontades são claras, sempre foram, mas mais uma vez bato de frente com meu karma mais recorrente:

- Nada nessa vida depende só de você. 

Eu respiro aliviado e penso que tenho feito minha parte. Algo dentro de mim sussurra "Por hora, contenha-se." 

E eu acato.